sábado, 31 de julho de 2010

sem voçê

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[A Subida]
Eu quase posso ver
Esse sonho que estou sonhando.
Mas há uma voz dentro da minha cabeça dizendo que
eu nunca irei alcançá-lo.

Cada passo que estou dando
cada movimento que eu faço
Parece perdido sem nenhuma direção
minha fé está abalada
mas eu, eu tenho que continuar tentando.
Tenho que manter minha cabeça erguida.

Sempre haverá uma outra montanha
Eu sempre vou querer movê-la
Sempre vai ser uma batalha difícil
Às vezes eu vou ter que perder
Não é sobre o quão rápido eu chegarei lá
Não é sobre o que está me esperando do outro lado
É a subida.

As lutas que estou enfrentando
as oportunidades que estou tendo
às vezes podem me jogar no chão
mas não, eu não estou rompendo
Eu posso não saber isso
mas este são os momentos que eu vou lembrar mais e
Só tenho que continuar
e eu, eu tenho que ser forte
Apenas continue empurrando

Sempre vai ter uma outra montanha
Eu sempre vou querer movê-la
Sempre vai ser uma batalha difícil
Às vezes eu vou ter que perder
Não é sobre o quão rápido eu chegarei lá
Não é sobre o que me espera do outro lado
É a subida.

Sempre vai ter uma outra montanha
Eu sempre vou querer movê-la
Sempre vai ser uma batalha difícil
Às vezes eu vou ter que perder
Não é sobre o quão rápido eu chegarei lá
Não é sobre o que me espera do outro lado
É a subida.

Continue em movimento
Continue correndo
Mantenha a fé
Querido
É tudo sobre
É tudo sobre a subida
Mantenha a fé
Mantenha a sua fé

Alessandra Samadello - Quão doce é orar a Deus/Cristo é tudo para mim



Quão doce é orar a Deus
Pois traz-me paz dos altos céus
E alívio vem a toda dor
Pois forças traz do bom Senhor

Mas quando o mal e a angústia eu vir
E a doce paz me não sorrir
Irei buscar ao meu Senhor
Com zelo, fé e mais fervor

Cristo é tudo para mim
Viver, sonhar, cantar
É minha força, meu bordão
Sem Ele que penar

Quando em pesar a Ele vou
Pois o meu Jesus jamais falhou
Quando em pesar, faz-me alegrar
Cristo é meu

Orar a Deus quão doce é
Pois traz-me paz, amor e fé
Concede ver o lar de além
E donde meu prazer advém

A vida aqui eu irei findar
Com fé, com amo, constante orar
No céu darei ao meu, ao meu Senhor
O eterno, perenal louvor.

Sonete - Vou Testemunhar



As cores do arco-íris
A brisa a murmurar
O olhar apaixonado
De alguém que está aprendendo a amar.
As palavras de uma história
As estrelas a brilhar
Deus criou o mundo todo
Pra testemunhar.

Pois enquanto eu viver vou testemunhar do amor
Que minha vida seja prova da existência do Senhor.
Cada passo que eu der seja oferta de louvor
Pois enquanto eu viver vou cantar do seu amor.

As montanhas e os vales
Os rios e os mares
Alguém que estende a mão
Pra ajudar a levantar o seu irmão.
Um sorriso de criança
O perfume de uma flor
Testemunham em silêncio
Do amor do criador.

Pois enquanto eu viver vou testemunhar do amor
Que minha vida seja prova da existência do Senhor.
Cada passo que eu der seja oferta de louvor
Pois enquanto eu viver vou cantar, vou falar do seu amor.

(Pois enquanto eu viver vou testemunhar do amor)
Que minha vida seja prova da existência do Senhor.
Cada passo que eu der seja oferta de louvor
Pois enquanto eu viver vou cantar do seu amor.

(Pois enquanto eu viver vou testemunhar do amor)
Que minha vida seja prova da existência do Senhor.
Cada passo que eu der seja oferta de louvor
Pois enquanto eu viver vou cantar do seu amor.

(Pois enquanto eu viver vou testemunhar do amor)
Que minha vida seja prova da existência do Senhor.

Não cremos na dor sem Deus

Ronaldo Lidório

Sempre lembramos de Atos como um livro que descreve um Deus que intervém sobrenaturalmente. São línguas de fogo sobre os discípulos, coxos andando, demônios exorcizados, anjos socorrendo os apóstolos e até a sombra de Pedro transformada em instrumento de cura. Mas nem sempre era assim: Estêvão foi martirizado, Paulo preso e açoitado, discípulos fiéis mortos ao fio da espada e lançados aos leões. Além da nossa finita lógica e curta compreensão da história, entre milagres e tragédias, o Senhor Jesus era glorificado e a igreja avançava.

A expectativa do povo de Deus é sempre ver a resposta do Senhor em meio ao sofrimento. Mas Atos mostra-nos uma verdade aplicável ao nosso dia-a-dia: nem sempre Deus intervém sobrenaturalmente. Porém Ele não deixa de ser o senhor da situação. Em face da tragédia pessoal, somos convidados a compreender que é preciso olhar além da vida e entender que o projeto maior de nossa existência — glorificar a Deus — não pode ser revogado.



O sofrimento possível

Em Atos 8, Lucas relata que “levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém” (v. 1) e escolhe o termo grego diogmos para definir “perseguição”. Distintamente de efistamai (ataque), a expressão diogmos está ligada ao sofrimento físico: causar dores, fazer sofrer, punir com sofrimento. A igreja experimenta de forma violenta o amargo sofrimento e Lucas descreve este diogmos: o sepultamento de Estêvão, a prisão dos fiéis e a dispersão. Mas, inspirado, ele vai além. Ao mencionar o martírio de Estêvão (v. 2), relata que houve um grande “pranto”, usando o termo kopeton, que pode ser lido literalmente como “bater no peito” e indica o sofrimento emocional, a dor da alma, o choro inconformado do coração. Ao lado de diogmos, apresenta um sofrimento físico (fuga, prisões, martírio e espancamentos) e emocional (medo, insegurança, saudade e depressão). O historiador afirma ainda que Saulo “assolava” a igreja (v. 3), utilizando elumeinato. Este termo, derivado de lumaino, aponta para uma assolação (destruição) não apenas física e emocional mas também espiritual. É o mesmo termo usado em João 10.10, em que lemos que o diabo veio roubar, matar e “destruir”.

O primeiro relato de Atos 8 é surpreendente: descreve a igreja sofrendo forte ataque físico (diogmos), emocional (kopetos) e espiritual (lumaino). O contexto não centraliza a igreja, mas sim o ataque a ela perpetrado, o esquema maligno do qual a comunidade de Jesus era alvo, a oposição sobre-humana que atacava o corpo, fazia doer a alma e tentava solapar a fé. A igreja sofria.

O sofrimento continua presente entre o povo de Deus hoje. A violência impera na família, vidas são ceifadas em trágicos acidentes, a enfermidade não abandona o corpo, o desemprego e as dívidas tiram o sono, a depressão se abate profusamente sobre a alma e a fé é provada no fogo. Mas a fidelidade do Pai mostra-nos que, no mais terrível sofrimento, Ele continua sendo Deus, nunca se ausenta. Mesmo quando silencia, no momento em que preferiríamos um poderoso e miraculoso grito, Ele continua sendo Pai e Senhor. Quando Deus se cala é preciso olhar além da vida, em total dependência, e crer que Ele é maior do que os homens.

Cantamos um hino aqui em Gana que diz:

Não vivemos para celebrar o sofrimento;
Nem também para chorar;
Mas quando ele vier choraremos;
No sofrimento há Deus;
Não cremos na dor sem Deus,
Não cremos na dor sem Deus.
O Deus do impossível

Mas existe o outro lado da moeda, que nos incita a esperar contra a esperança e crer no Deus dos milagres. Entender o sofrimento como algo possível não implica em perdermos a expectativa de ver Deus abrir os céus e agir. Geneticamente, na linguagem da fé, nascemos em Cristo com a tendência de crer no impossível.

Voltando a Atos 8, vemos que a igreja sofria pois “foram dispersos pelas regiões de Judéia e Samaria” (v. 1); “Entrementes os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra” (v. 4). Mesmo no sofrimento, Deus faz a história caminhar para glória do seu nome e o avanço da sua igreja.

O evangelho sofre com o martírio de Estêvão, homem cheio do Espírito Santo (v. 2). Cai um grande líder e incansável pregador. Mas Deus levanta Filipe, também cheio do Espírito, que “descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo” (v. 5).

Muitos são arrastados e encarcerados após o grande pranto sobre Estêvão, a igreja se dispersa e a violência assola famílias inteiras (v. 3). Tristeza e melancolia era o que se esperava, mas no final “houve grande alegria naquela cidade” (v. 8). Deus faz o impossível no corpo, na alma e na fé do seu povo.

Em nossa vida, Deus nunca será surpreendido. A despeito do possível caos, das inúmeras derrotas, do vazio no coração, da falta de fé, da ausência de respostas, Deus nunca foi nem jamais será surpreendido pelo que possa nos roubar a expectativa de um dia voltarmos a ser felizes. Ele detém o direito autoral de escrever cada capítulo da nossa existência. É soberano e tem o domínio da nossa história, mesmo quando se cala.

Mas Deus não somente se cala. Ele também fala. Por isso, perante qualquer obstáculo, devemos crer que o Deus dos impossíveis pode fazer o impossível acontecer.

Mesmo quando o sofrimento vem, Deus permanece no controle de tudo e, portanto, no controle do nosso sofrimento. Olhar além da vida é olhar para o projeto maior na mente do Senhor, é reconhecer que Deus é maior que o homem, que a sua glória importa mais do que a nossa. Como diz o cântico, não cremos na dor sem Deus.



Ronaldo Lidório é missionário da Junta de Missões Estrangeiras da Igreja Presbiteriana do Brasil e da Missão Amem no interior de Gana, África, onde está traduzindo a Bíblia para a língua Chakali.
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As mãos que foram perfuradas na cruz enxugarão nossas lágrimas

Rubens Lessa

No momento em que começo a escrever esta página, olho para o calendário afixado numa estante ao lado do meu computador, e leio: 22 de agosto de 2000. Sem dúvida alguma, milhares e milhares de pessoas, ao redor do mundo, estão completando mais um ano de vida nesta data, inclusive minha filha Kathia, que é deficiente mental.

Ela não sabe que está completando 15 anos. E jamais entenderá, neste mundo, que acordei às 4 horas da manhã para agradecer a Deus o presente que ela representa para mim e para minha esposa. Ela não sabe que, ao ler a meditação de hoje, na qual falo sobre suas limitações mentais, renovei meu propósito de confiar mais ainda no poder divino, para desfrutar o privilégio de tê-la a meu lado, na Nova Terra, através da eternidade. Ela não sabe que o hino cantado no culto da Casa Publicadora, hoje cedo — “Deus sabe, Deus ouve, Deus vê”— foi um bálsamo para mim. Ela não sabe que, após o culto, fui a um lugar à parte, em meio à bela natureza que circunda nossa editora, para meditar e orar. Ela também não sabe que hoje recebi telefonemas e e-mails de todas as partes do Brasil, e até mesmo do exterior, dando-lhe os parabéns e dizendo-me palavras de ânimo e conforto. Ela não sabe que algumas crianças telefonaram dizendo: “Um beijão para Kathia!” Ela não sabe que um leitor da Revista Adventista me telefonou e quase não pôde falar, mas chorou muito. Ele, no entanto, “falou” o que eu precisava ouvir.

Um dia, quero apresentar à minha filha todas as pessoas que hoje me telefonaram e enviaram-me e-mails. Então, ela entenderá o significado dessas palavras ditas a um viajor cansado.

Na meditação de hoje, termino com o seguinte pensamento para reflexão: “Logo mais, as mãos que foram perfuradas na cruz enxugarão nossas lágrimas”.

Ergamos, portanto, a cabeça, porque a nossa salvação se aproxima. Confiemos na graça divina e aceitemos, com paciência, as lutas e provações da vida pois “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28).



Rubens Lessa é redator-chefe da Revista Adventista, da qual foi retirado, com permissão, este testemunho.

Pastorais antidepressivas

Variações de ânimo

Num Salmo Davi proclama: “Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro” (Sl 4.8). Noutro Salmo, logo a seguir, o mesmo Davi confessa: “Estou cansado de tanto gemer; todas a noites faço nadar o meu leito, de minhas lágrimas o alago” (Sl 6.6).

Não há contradição em Davi. Ele foi sincero em ambas as declarações. Acontece que não falou essas coisas no mesmo dia, na mesma ocasião. Numa noite, o salmista estava muito bem. Noutra noite, muito mal.

Isso ocorre com todos nós. Ninguém está sempre muito bem. Ninguém está sempre muito mal. Há dias ensolarados e há dias sombrios. Há ocasiões de alegria e ocasiões de tristeza. Há circunstâncias favoráveis e circunstâncias desfavoráveis. Há situações confortáveis e situações desconfortáveis.

Existe uma alegria fácil e uma alegria difícil. A primeira é uma alegria espontânea, a segunda é uma alegria conquistada. A alegria fácil depende de um dia bonito, depende da ausência da adversidade, depende de calmarias entre uma tempestade e outra. A alegria difícil depende da comunhão com Deus, depende da fé, depende da aceitação de certas carências, depende de aprendizado às vezes longo e demorado. É a experiência de Paulo: “aprendi a viver contente em toda e qualquer situação” (Fp 4.11). Antes, o apóstolo tinha dificuldade de conviver com a humilhação, com a fome, com a escassez. A alegria conquistada vale mais que a alegria espontânea, porque custa um preço.

Nem sempre a alegria dura muito tempo. De igual modo, nem sempre o choro dura muito tempo. Um estado de espírito pode empurrar o outro sem mais nem menos. É o próprio Davi quem lembra: “Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã” (Sl 30.5).

Como homem, Jesus experimentou tristeza. Depois daquela agradabilíssima reunião no cenáculo, Jesus “começou a entristecer-se e a angustiar-se”, ali no Getsêmani. Foi nessa ocasião que Ele confidenciou a Pedro, Tiago e João: “A minha alma está profundamente triste até à morte” (Mt 26.37-38). Ao referir-se a esse passo da vida de Jesus, o autor da Epístola aos Hebreus afirma que o Senhor deixou então escapar “forte clamor e lágrimas” (Hb 5.7). Três dias depois, porém, estourou a alegria da ressurreição. Os discípulos devem ter se lembrado da lição que Jesus lhes havia transmitido: “Quando a mulher está para dar à luz, fica triste porque chegou a hora de sofrer. Mas depois já não se lembra mais do sofrimento, pois está feliz porque nasceu uma criança” (Jo 16.21, BLH).



Vontade de ser curado

Existe o grande perigo de alguém se acostumar com o sofrimento e não esboçar mais nenhum desejo de alívio. O que leva a isso é uma assustadora apatia provocada pelo tempo, pelo desgaste emocional, pela acomodação, pelas tentativas infrutíferas e pela falta de ânimo.

A primeira coisa que Jesus fez com o paralítico de Betesda foi perguntar-lhe: “Você quer ficar curado?” (Jo 5.6, BLH). Jesus perguntou também aos dois cegos de Jericó: “O que é que vocês querem que eu faça?” (Mt 20.32, BLH).

No caso do paralítico, ele estava junto ao tanque de Betesda havia 38 longos anos, deitado, sempre à espera de uma alma caridosa que o jogasse na água antes dos outros. Era um drama de 38 anos e uma espera também de 38 anos. Teria o paralítico se acostumado com aquela incômoda situação, com aquela longa dependência dos outros, com aquela terrível imobilidade física?

A pergunta de Jesus tem cabimento e é válida também para hoje e para outros casos de infelicidade. A um casal prestes a se separar, Ele pergunta: “Querem que Eu os ajunte outra vez?” A um enlutado, Ele pergunta: “Quer que Eu o console?” A um alcoólatra, Ele pergunta: “Quer que o liberte do álcool?” A um dependente de droga, Ele pergunta: “Quer que Eu o livre das drogas?” A um endemoninhado, Ele pergunta: “Quer que Eu lhe expulse o demônio?” A um homossexual, Ele pergunta: “Quer que Eu lhe restaure a identidade sexual?” A um pecador, Ele pergunta: “Quer que Eu o perdoe?”

A pergunta de Jesus desperta a vontade daquele cuja esperança está a zero. Ela provoca conhecimento próprio, provoca reflexão, provoca reação. Diante da esperança despertada ou renovada, a pessoa sofrida diz outra vez: “Quero ser curado”, “Quero tornar a ver”, “Quero restaurar meu casamento”, “Quero ser consolado”, “Quero ser liberto do álcool e das drogas”, “Quero ficar livre do demônio”, “Quero ser curado do homossexualismo”, “Quero ser perdoado”.

Um dos grandes entraves na recuperação física, emocional, moral e espiritual do indivíduo é a falta de sólida e verdadeira vontade de ser curado. Disto o homem deve se guardar zelosamente.



Uma notícia encantadora

Somos em tudo dependentes do Senhor. Mas há uma situação em que essa dependência é muito maior. É quando estamos estranhamente confusos, complicados e abatidos, com intrincados problemas emocionais.

Em uma circunstância assim, soa como encantadora notícia a declaração de que o Senhor “apruma todos os prostrados” (Sl 145.14) ou a declaração de que “o Senhor levanta os abatidos” (Sl 146.8).

Ainda que possam e devam ajudar, o alívio nem sempre vem da farmacologia e da psicoterapia. Às vezes o problema é complexo demais e insistente demais. É preciso recorrer a Deus por meio de orações precisas, tais como: “cura-me”, “descomplica-me”, “desamarra-me”, “liberta-me” e assim por diante. Quanto mais precisa for a súplica, maior será a sua eficácia. As orações devem ser tão perseverantes como as daquele amigo importuno da parábola de Jesus, que só parou de bater à porta de seu vizinho quando este o atendeu (Lc 11.5-8).

Quando entre nós, Jesus não se preocupou apenas com a salvação, apenas com o exorcismo, apenas com a multiplicação de pães e peixes, apenas com a cura de cegos, mudos, paralíticos e leprosos. Ele se preocupou também com aqueles que carregam dentro de si cargas demasiadamente volumosas. Certa feita, Jesus pronunciou as seguintes palavras: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28). Em outra ocasião, Ele declarou: “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados” (Mt 5.4). O cuidado especial que Jesus dispensou à mulher samaritana (Jo 4.7-30), à mulher adúltera (Jo 8.1-11) e a Pedro, depois da tríplice negação (Jo 21.15-17), encoraja qualquer transtornado de espírito a buscar sua ajuda. Ele via as multidões e compadecia-se delas, “porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor” (Mt 9.36).

Jesus sabe o que é tristeza, sabe o que é angústia, pois Ele as teve ali no Getsêmani: “A minha alma está profundamente triste até à morte” (Mt 26.38). Daí a conclusão da Epístola aos Hebreus: “Não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hb 4.15). Portanto, é possível achegar-se confiadamente ao trono da graça, a fim de receber misericórdia em ocasião oportuna (Hb 4.16).



O bem estar espiritual

O bem-estar espiritual é uma necessidade. É tão real quanto o bem-estar físico. Um tem relação com o outro. O bem-estar físico afeta o bem-estar espiritual e o bem-estar espiritual afeta grandemente o bem-estar físico.

Depois de ter caído em si e de ter se arrependido do pecado cometido contra Urias, Davi não implorou apenas o perdão de Deus e a purificação de seu pecado. Ele também suplicou bem-estar espiritual: “Não me abandones, não tires de mim o teu Espírito. Dá-me de volta a alegria da tua salvação” (Sl 51.11-12, BV).

Se é difícil viver sem bem-estar físico, mais difícil ainda é viver sem bem-estar espiritual. A salvação não é apenas bem-aventurança futura. É também bem-aventurança presente: “Agora que fomos aceitos por Deus pela nossa fé nele, temos paz com ele por meio do nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1, BLH). A salvação não é apenas vida eterna. É também vida e vida em abundância hoje (Jo 10.10). O bem-estar espiritual começa aqui e agora, em meio à adversidade, e alcança o seu ápice na eternidade.

Sem bem-estar espiritual a alma não descansa, não sossega, não se alegra. É preciso perguntar à alma: “Por que te perturbas dentro de mim?” (Sl 42.5). É preciso sossegar a alma: “Volta, minha alma, ao teu sossego” (Sl 116.7). Para, então, conseguir o bem-estar espiritual: “Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro” (Sl 4.8). Não é o bom pastor que me faz repousar em pastos verdejantes, me leva para junto das águas de descanso e me refrigera a alma (Sl 23.2)?

Bem-estar espiritual significa basicamente ter paz com Deus em qualquer lugar, em qualquer tempo, em qualquer circunstância e em qualquer situação: “Deixo com vocês a minha paz; a minha paz lhes dou, não como o mundo costuma dar. Não se preocupem nem tenham medo” (Jo 14.27, BLH). A paz interior é fruto do Espírito (Gl 5.22). É a maior riqueza que você pode ter. Ela “está além da compreensão humana” e tem o propósito de guardar o coração e a mente daqueles que estão unidos com Cristo Jesus (Fp 4.7).

Antologia do sofrimento

A fatalidade do sofrimento

O sofrimento é um problema universal que, de uma ou de outra forma, afeta a vida de todas as pessoas, em todos os níveis. (Lídia Swain, em Por Que Sofremos, p. 7)

Todos somos irmãos e irmãs no sofrimento. Ninguém chega até nós de uma casa que nunca conhece a tristeza. Eles vêm para nos ajudar porque também eles sabem o que é ser magoado pela vida. (Rabino Harold S. Kushner, em Quando Coisas Ruins Acontecem às Pessoas Boas, p. 113)

Vida sem sofrimento só existe em sonhos e programas utópicos, não, porém, na realidade. (Erhard S. Gerstenberger, em Por Que Sofrer?, p. 104)

Se alguém não sofre, deve-se não só a que não padece, como também a que não se compadece. (Augusto Guerra, em Dicionário de Pastoral, p. 524)

O sofrimento ocupa lugar considerável nas Escrituras. Desde Caim até Jó, desde o Gólgota até as visões do Apocalipse, há poucas páginas na Bíblia que não tocam de perto ou de longe esta dura realidade da existência humana. (A. Amsler, em Vocabulário Bíblico, p. 404)

Para os que pensam, a vida é uma comédia; para os que sentem, é uma tragédia. (Horace Walpole, em Cristo e o Sofrimento Humano, p. 13)



A problemática do sofrimento

O livro de Jó é provavelmente a maior, mais completa e mais profunda discussão jamais escrita sobre o tema das pessoas boas que sofrem. (Harold S. Kushner, em Quando Coisas Ruins Acontecem às Pessoas Boas, p. 42)

Existem sofrimentos primariamente físicos, primariamente psíquicos e ainda primariamente sociais e outros mais. Todos, porém, não permanecem apenas no plano físico ou psíquico, mas são ou tornam-se multidimensionais e complexos, passando a manifestar-se não só na área física, mas também na área psíquica e mental, muitas vezes já desde o início. (Erhard S. Gerstenberger, em Por Que Sofrer?, p. 123)

O problema de conciliar o sofrimento humano com a existência de um Deus que ama só é insolúvel enquanto associarmos um significado trivial à palavra “amor” e considerarmos as coisas como se o homem fosse o centro delas. (C. S. Lewis, em O Problema do Sofrimento, p. 35)

O sofrimento mental é menos dramático do que o físico, mas é mais comum e também mais difícil de suportar. A tentativa freqüente de esconder o sofrimento mental aumenta o fardo. É mais fácil dizer: “Meu dente está doendo” do que “Meu coração está partido”. Todavia, se a causa for aceita e enfrentada, o conflito irá fortalecer e purificar o caráter e com o tempo a dor geralmente passará. (C. S. Lewis, em O Problema do Sofrimento, p. 113)

O sofrimento é uma experiência terrível, diante da qual, especialmente quando é sem culpa, o homem põe aquelas difíceis, tormentosas, por vezes dramáticas interrogações, que ou constituem uma denúncia, ou um desafio, ou um brado de rejeição de Deus e da sua providência. (Hugo Schleninger e Humberto Porto, em Dicionário Enciclopédico das Religiões, vol. II, p. 2.411)

É melhor sofrer do que fazer sofrer. (Erhard S. Gerstenberger, em Por Que Sofrer?, p. 203)



A causa do sofrimento,

Sofrimento jamais surge no indivíduo por causa exclusiva de sua culpa intrínseca. Outros estão envolvidos como causadores, espectadores ou amigos. (Erhard S. Gerstenberger, em Por Que Sofrer?, p. 8)

Quem quiser eliminar sofrimentos deve contar com o fato de que o pecado causará sempre novos sofrimentos. Onde não estiver afastado o mal fundamental, sempre surgirão sofrimentos. (Erhard S. Gerstenberger, em Por Que sofrer?, p. 202)

Quando as almas se tornam perversas, elas certamente fazem uso desta possibilidade para se ferirem umas às outras. Isto talvez justifique quatro-quintos dos sofrimentos humanos. Foram os homens, e não Deus, que inventaram a tortura, os chicotes, as prisões, a escravidão, as armas, as baionetas e as bombas. A pobreza e o excesso de trabalho são produtos da avareza ou da estupidez humana e não uma distorção da natureza. De todo modo, porém, existe ainda muito sofrimento que não pode ser atribuído a nós mesmos. (C. S. Lewis, em O Problema do Sofrimento, p. 64)

A dor é um dos sinais da desordem completa que a rebelião do homem introduziu na criação. Na atual situação do mundo pecador, o domínio do sofrimento é tal que ninguém lhe escapará. (A. Amsler, em Vocabulário Bíblico, p. 404)

Embora muitos dos sofrimentos humanos que nos sobrevêm sejam irremediáveis, a maior parte deles são provenientes dos sistemas humanos errôneos, e, se são feitos pelo homem, por ele podem ser desfeitos. (Stanley Jones, em Cristo e o Sofrimento Humano, p. 185)



O proveito do sofrimento

A dor é a maneira pela qual a natureza nos diz que estamos sendo superpressionados, que alguma parte de nosso corpo ou não está funcionando como deveria, ou que dela se está exigindo mais do que pode dar. (Harold S. Kushner, em Quando Coisas Ruins Acontecem às Pessoas Boas, p. 67)

O erro e o pecado são um mal mascarado; o sofrimento é um mal às claras, indiscutível. Todo homem sabe que algo está errado quando sente dor. (C. S. Lewis, em O Problema do Sofrimento, p. 67)

O sofrimento oferece uma oportunidade para o heroísmo; e essa oportunidade é aceita com surpreendente freqüência. (C. S. Lewis, em O Problema do Sofrimento, p. 113)

Quando estivermos sendo carbonizados no fogo do sofrimento, devemos compreender que o divino Artista nos está preparando para sermos instrumentos do seu propósito. (Stanley Jones, em Cristo e o Sofrimento Humano, p. 236)

O sofrimento quebra a resistência oposta a Deus, de modo que o pecador e o obstinado entram contritamente em si mesmos e reconhecem a sua culpa. É precisamente em meio ao mais amargo sofrimento que surge o desejo de comunhão com Deus. (Josef Scharbert, em Dicionário de Teologia Bíblica, vol. II, p. 1.071)

O sofrimento deve obrigar o homem a uma tomada de posição definitiva pró ou contra Deus. Deve arrancá-lo de sua auto-segurança, lembrá-lo de sua culpa perante Deus e assim, depois do pecado, inaugurar o processo de cura. (Josef Scharbert, em Dicionário de Teologia Bíblica, vol. II, p. 1.071)

O sofrimento purifica a piedade e aprofunda a comunhão com Deus. (Josef Scharbert, em Dicionário de Teologia Bíblica, vol. II, p. 1.072)

Entre sofrimento e salvação existe um nexo semelhante ao que existe entre dores de parto e alegrias maternas. (Josef Scharbert, em Dicionário de Teologia Bíblica, vol. II, p. 1.072)

O sofrimento torna o cristão consciente de sua fraqueza e de sua nulidade e o preserva de superestimar-se a si mesmo, de apoiar-se na sua própria força em vez de na de Deus. (Josef Schmid, em Dicionário de Teologia Bíblica, vol. II, p. 1.076)

É preciso escolher entre duas coisas: ou sofrer para se desenvolver, ou não se desenvolver para não sofrer. (Theodore Jouffroy, em Dicionário do Pensamento, p. 241)



Como lidar com o sofrimento

Por vezes o caminho de evitar sofrimentos é descrito como escolha entre duas atitudes, ambas acarretando sofrimentos, uma, porém, menos que a outra. (Erhard S. Gerstenberger, em Por Que Sofrer?, p. 203)

Não devemos jamais tornar o problema do sofrimento pior do que já é, falando vagamente de “uma soma inconcebível de miséria humana”. (C. S. Lewis, em O Problema do Sofrimento, p. 83)

O homem do Antigo Testamento não esconde a sua dor, antes a manifesta pelo choro e por lamentações apaixonadas. Tal comportamento não é considerado covarde. Trata-se de escapar ao máximo do sofrimento. A atitude ascética de quem procura o sofrimento espontaneamente para refrear os instintos inferiores ou para fortalecer o corpo ou a força de vontade são estranhos ao Antigo Testamento. Por outro lado, o homem piedoso sabe também suportar o sofrimento inevitável, sobretudo quando assim o exige o serviço de Deus. (Josef Scharbert, em Dicionário de Teologia Bíblica, vol. II, p. 1.070)

Jesus não nos deixou nenhuma fórmula quanto ao porquê e à origem do sofrimento. Ele nos presenteou um caminho de vitória frente ao sofrimento. Ele viveu em triunfo em meio ao sofrimento. O segredo de seu triunfo foi sua identificação com a vontade do Pai no sofrimento. (Julian C. McPheeters, em Diccionario de Teologia, p. 507)

O cristão deve ser o homem mais extraordinariamente feliz do mundo, porque tem alegria apesar das circunstâncias. (Stanley Jones, em Cristo e o Sofrimento Humano, p. 237)



Esperança para os que sofrem

Em face da glória futura, tudo adquire sua verdadeira perspectiva e dimensão, inclusive o sofrimento. (Erhard S. Gerstenberger, em Por Que Sofrer?, p. 179)

O contrário do sofrimento não é precisamente a saúde ou o bem-estar, mas a consolação e a glória, quer dizer, a reabilitação mediante a graça perante Deus. (A. Amsler, em Vocabulário Bíblico, p. 404)

O pecado, o sofrimento e a morte serão banidos do universo, com a vitória final do reino de Deus. (Stanley Jones, em Cristo e o Sofrimento Humano, p. 214)

Aquilo que sofremos agora é insignificante, se compararmos com a glória que Deus nos dará mais tarde. (Paulo, em Romanos 8.18, BV)

É ilusória uma atualidade livre do sofrimento enquanto a morte, “o último inimigo”, não está ainda derrotada definitivamente com seu poder e enquanto esbofeteia e inflige sofrimento. (Erhard S. Gerstenberger, em Por Que Sofrer?, p. 174)



As tentações do sofrimento

O homem está sujeito a inúmeras tentações: tentações do egoísmo, tentações do ódio, tentações do orgulho, tentações do dinheiro, tentações da lascívia e assim por diante. Mas ninguém se lembra das tentações do sofrimento. Elas também existem. Quando mal enfrentado, o sofrimento pode levar ao álcool, às drogas, ao desespero, à apostasia, à descrença e ao suicídio. “O sofrimento sempre significa tentação e até o homem piedoso está sujeito a se revoltar passageiramente contra Deus”, avisa o teólogo alemão Josef Scharbert. Em seu livro O Problema do Sofrimento, C. S. Lewis explica que “o sofrimento como o megafone de Deus é um instrumento terrível, podendo levar à rebelião final, que não dá lugar ao arrependimento”.

Este artigo pretende nomear e analisar as tentações do sofrimento.



A tentação da apatia

A apatia é uma das conseqüências da frustração. É ausência de sentimento e de resposta aos apelos emocionais. Algo como indiferença, desinteresse e entorpecimento emocional.

Não se pode confundir resignação com apatia. Resignação é virtude e refere-se à submissão paciente aos sofrimentos da vida. Jó suportou seus infortúnios e não “atribuiu a Deus falta alguma” (Jó 1.22), mas não foi apático. Ele amaldiçoou o processo todo de seu nascimento, da concepção ao parto, e terminou com o clamor: “Não tenho descanso, nem sossego, nem repouso, e já me vem grande perturbação” (Jó 3.26). Jesus chorou em público, frente à dor causada pela morte de Lázaro (Jo 11.35) e não escondeu dos discípulos a sua reação ante o sofrimento do Getsêmani: “A minha alma está profundamente triste até à morte” (Mt 26.38).

A apatia não ajuda nada. É quase sempre uma mentira mental a uma porta aberta ao fatalismo, aquela atitude que desencoraja qualquer resistência ao sofrimento. O fatalista diz com muita simplicidade e pressa: “É como Deus quer”.



A tentação da autoflagelação

A autoflagelação tem a sua gênese na infeliz associação entre o sofrimento e o misticismo. O raciocínio é este: como a dor em alguns casos alimenta a religiosidade, ela é boa e atraente. Pendem para este comportamento aqueles que acreditam que a salvação é pelas obras e não pela graça de Deus. A pessoa se acostuma com a dor, passa a gostar dela e se aproveita dela para chamar a atenção e os cuidados dos outros. É algo doentio. Alguém observou que “quando não temos uma cruz pesada para suportar nós a fabricamos com dois palitos”. Mas é C. S. Lewis quem denuncia: “Em todo o reino da medicina não existe nada mais terrível de contemplar do que um indivíduo com melancolia crônica”.

Na declaração de Paulo — “sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo” (2 Co 12.10) — não há nenhuma idéia de autoflagelação. O prazer não está no sofrimento, mas naquilo que o sofrimento produzia: maior dependência de Deus e melhor apropriação dos recursos provenientes de Deus. O contexto mostra que o apóstolo lutou o quanto pôde contra o espinho na carne. Aceitou-o como uma imposição de Deus com fins benéficos.



A tentação da superindagação

A preocupação com a causa do sofrimento é até certo ponto justa e sadia. Tem enchido páginas e páginas de muitos livros, desde os tempos mais remotos. É o assunto do livro de Jó, no Velho Testamento. O grande problema é que o homem tem errado muito na tentativa de descobrir a razão do sofrimento. Ele apresenta respostas simples demais, embora o problema seja complexo demais. Às vezes gasta mais tempo com a análise do sofrimento do que com a solução dele. Com freqüência esta superindagação toma ares altivos e desrespeitosos para com Deus.

Naturalmente há algumas possíveis respostas, mas não para todos os casos de dor. O sofrimento pode ter como causa muitos fatores simplesmente humanos e removíveis, como, por exemplo, a imprevidência, a indolência, o vício, a estrutura injusta e o mais citado de todos: o pecado. O rabino Harold S. Kushner, autor do livro Quando Coisas Ruins Acontecem às Pessoas Boas, lembra que o “Holocausto aconteceu porque milhares de pessoas foram persuadidas a juntar-se a Hitler em sua loucura, e milhões de outras pessoas deixaram-se amedrontar, sendo induzidas a cooperarem”.

Todavia é necessário que não se atribua ao pecado próprio e ao pecado alheio toda a razão do sofrimento. A Bíblia não nos permite pensar assim. O livro de Jó conta que Elifaz, Bildade e Zofar estavam tremendamente enganados quando atribuíram o sofrimento do homem da terra de Uz a alguma iniqüidade daquele que Deus declarou ser íntegro e reto (Jó 1.1). Quando os discípulos viram o cego de nascença, perguntaram a Jesus: “Quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” A resposta foi contundente: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus” (Jo 9.1-3). Em outra ocasião, Jesus corroborou este mesmo pensamento, afirmando que os galileus, cujo sangue Pilatos misturara com os sacrifícios que realizavam, e os dezoito sobre os quais desabou a torre de Siloé, não eram mais pecadores ou culpados do que todos os outros (Lc 13.1-5).

A tetraplégica Joni Eareckson Tada, que experimentou tremendo sofrimento, sugere uma atitude muito sábia: “Quando as peças do quebra-cabeça não se encaixam, deixemos que Deus seja Deus”. Essa reação acertada acaba com a tentação da superindagação.



A tentação da exageração

É muito fácil dramatizar. É muito fácil espalhar a dor por todo o corpo, quando apenas o joelho está doendo. É muito fácil esticar a dor de ontem para hoje e a de hoje para amanhã, quando ela já passou ou já diminuiu de intensidade. É muito fácil exagerar o tamanho e o tempo do sofrimento. É muito fácil fazer coleção de dores e de doenças. É muito fácil esquecer o precioso recado do salmista: “Ao anoitecer pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã” (Sl 30.5).

O povo de Israel várias vezes caiu nessa tentação de exagerar o sofrimento. Os espias exageraram a altura e o número dos gigantes da terra de Canaã: “Perto deles nós nos sentíamos tão pequenos como gafanhotos” (Nm 13.32-33). Até Elias exagerou a situação de apostasia na época do reinado de Acabe e Jezabel, quando disse que só ele havia permanecido fiel diante de Deus, embora houvesse mais sete mil que não dobraram a Baal os seus joelhos (1 Rs 19.14-18).

Um dos exageros que cometemos hoje gira em torno da atuação satânica. Estamos enriquecendo o currículo de Satanás, atribuindo-lhe poderes e proezas que ele não tem. Esse expediente torna a nossa caminhada cristã mais agitada e mais difícil. O já citado C. S. Lewis diz que “não devemos tornar o problema do sofrimento pior do que já é, falando vagamente de uma soma inconcebível de miséria humana”.

Para vencer essa tentação bastante comum é necessário ter em mente que Deus controla o número, a freqüência e a intensidade da dor, como se vê claramente no livro de Jó e na declaração de Paulo de que Deus não permitirá que sejamos tentados além das nossas forças (1 Co 10.12).



A tentação da fixação

Há pessoas que recusam qualquer alívio. É o caso de Jacó, cujo filho José fora dado como morto. Todos os seus filhos e filhas levantaram-se para o consolar, mas o patriarca não quis ser consolado: “Chorando, descerei a meu filho até à sepultura” (Gn 37.35). Essa tentação é muito comum.

A fixação fecha a porta ao alívio e dispensa o consolo que o passar do tempo produz. Pode provocar traumas, que mais tarde provocarão sofrimento maior. As vítimas da fixação da dor acreditam que a não fixação é um desrespeito à memória do morto. Conservam intactos o quarto e os pertences do ente querido que partiu. Criam um ambiente mórbido. Param no tempo. Entregam-se à dor e não esboçam a menor reação.

Não foi assim que Davi se comportou quando soube da morte do filho recém-nascido, por cuja cura orou com intensidade. Ele encerrou definitivamente o assunto da morte da criancinha e explicou aos seus amigos surpresos: “Enquanto o menino estava vivo, eu jejuei e chorei porque o Deus Eterno poderia ter pena de mim e não deixar que ele morresse. Mas agora que ele está morto, por que jejuar? Será que eu poderia fazê-lo viver novamente? Um dia eu irei para o lugar onde ele está, porém ele nunca voltará para mim” (2 Sm 12.22-23, BLH). O rei não fez cara triste nem ficou zangado com Deus. Ao contrário, facilitou e apressou o processo da superação da dor e readaptou-se à realidade, retornando rapidamente às atividades normais.

Para o nosso próprio bem e dos que nos cercam, não devemos nos amarrar à dor, afastando de vez o necessário alívio.



A tentação da amargura

Amargura não é só tristeza. É muito mais do que tristeza. É a infeliz mistura do sofrimento com o ressentimento e seus associados: decepção, ódio, ira e agressividade. O coração amargurado é tão desagradável e nocivo que a Palavra de Deus declara: “Não haja em vós alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe e, por meio dela, muitos sejam contaminados” (Hb 12.15).

Quando Esaú se viu enganado por seu irmão Jacó a respeito da bênção da primogenitura, ele bradou com profundo amargor: “Abençoa-me também a mim, meu pai!” (Gn 27.34). O contexto revela que Esaú estava tomado de tristeza e de ira. Foi nesse dia que ele passou a odiar Jacó e resolveu matá-lo em ocasião oportuna. O sofrimento fica muito mais pesado se for associado à amargura. O escritor francês Alphonse Lamartine dizia que “tudo cresce e se renova, menos a vida do homem quando se gasta em amarguras”.

Quando a amargura é contra Deus, então o problema torna-se muito mais sério e perigoso. A esse respeito é oportuno lembrar a declaração de um sobrevivente do Holocausto: “Enquanto eu fui um dos habitantes de Auschwitz, nunca me ocorreu questionar o que Deus fez ou deixou de fazer. Nunca fiquei mais ou menos religioso com o que os nazistas nos faziam. Nunca acreditei que a minha fé em Deus fosse minada em suas bases. Nunca me ocorreu associar a calamidade que estávamos experimentando a Deus, censurá-lo, acreditar menos ou deixar de crer nele de todo, só porque Ele não vinha em nosso socorro”.

O conselho de Paulo é mais do que oportuno: “Abandonem toda amargura, ódio e raiva” (Ef 4.31, BLH).



A tentação da apostasia

A maior tentação do sofrimento é a perda dos padrões de fé e comportamento. Por causa da dor uma pessoa pode se desencaminhar moral e religiosamente, entregando-se ao álcool, às drogas, às orgias sexuais, à violência, ao crime e ao desregramento total. Não é à toa que o enorme abuso de drogas coincide com os sérios problemas do mundo de hoje. O raciocínio é simples: Deus falhou, deixando-nos sofrer, logo, também não temos compromisso com Ele.

Pior que a perda de padrões de comportamento, certamente é a perda dos padrões de fé. Nesta área duas coisas podem acontecer: o abandono do evangelho e o abandono de Deus. No primeiro caso, abandona-se a fé cristã e adere-se à outra doutrina, contrária à Palavra de Deus, como, por exemplo, ao espiritismo, que apresenta uma explicação ou teoria sobre o sofrimento humano, cujo fundamento dispensa a pessoa e a obra de Cristo. No segundo caso, abandona-se o próprio Deus e parte-se para a completa descrença: Deus não existe. No primeiro caso, comete-se mais propriamente uma heresia, que é a negação ou rejeição voluntária de uma ou mais afirmações da fé bíblica. No segundo caso, comete-se mais propriamente uma apostasia, que é o abandono total da fé bíblica.

Naturalmente esse processo é, às vezes, vagaroso. Começa com um sentimento de decepção com Deus e de revolta contra Ele. Em seguida surgem dúvidas cruciantes sobre o amor, o poder e a justiça de Deus. Nessa altura, o sofredor assenta-se na cadeira do juiz e coloca Deus no banco dos réus. Se as dúvidas não forem superadas, então o que vai restar é o completo abandono de Deus, uma espécie de suicídio espiritual.

Não obstante as muitas e variadas tentações do sofrimento, há uma série enorme de benefícios causados por ele. O rabino Joseph B. Soloveitchik lembra que “o sofrimento serve para enobrecer o homem, para eliminar de sua mente o orgulho e a superficialidade, para ampliar seus horizontes e reparar os defeitos de personalidade”. Já o teólogo luterano Erhard S. Gerstenberger, em seu livro Por que sofrer?, ensina que os sofrimentos querem que a atenção do sofredor seja voltada de si para Deus e do presente para o futuro, para a plenitude da salvação. Para C. S. Lewis, “o efeito redentor do sofrimento jaz principalmente em sua tendência a reduzir a vontade rebelde”. Sendo assim, é preciso vencer todas as tentações do sofrimento, com o auxílio daquele que exclamou: “No mundo vocês vão sofrer, mas tenham coragem. Eu venci o mundo.” (Jo 16.33, BLH).

Oração de um deprimido

Ó Deus, não preciso nem devo ocultar de ti o que está se passando comigo. Estou confuso, desnorteado, inseguro, perturbado, triste. Pensei que esta crise iria acabar logo e ela não acabou. Sinto-me preso numa cela sem janelas. Não vejo o sol há muitos dias. Só vejo sombras. A escuridão me rodeia. Não enxergo o que há de bom nesta vida.

Minha memória está contra mim. Não consigo me lembrar dos acontecimentos bons do passado. Mas, dos acontecimentos maus, me lembro de tudo. Até de pormenores desagradáveis que estavam definitivamente sepultados. Minha mente está catalogando todas essas lembranças. Estou perdendo por completo aquela esperança que sempre me acalentava e me movia para frente.

Vejo sofrimento em toda parte, até onde ele não existe. Os maus sofrem e os bons também sofrem. Antes era assim, agora é assim e amanhã será assim. Muitos morrem de fome, muitos morrem na guerra, muitos morrem de Aids, muitos morrem em acidentes de trânsito, muitos morrem em meio a desastres naturais, muitos são assassinados. Sempre estou me recordando do sofrimento de Jó, da matança dos inocentes de Belém, da morte de João Batista, da agonia de Jesus no Getsêmani, do Holocausto, de Hiroshima e dos marinheiros do submarino russo.

Ando preocupado demais com meus familiares. Estou com medo de uma filha ter câncer. Estou com medo do casamento de uma das filhas se acabar. Estou com medo que um acidente de trânsito tire a vida de meus netos ou os deixe paraplégicos para sempre. Estou com muito medo de alguém da família se desviar da fé. Estou com medo de meus filhos não serem bem sucedidos na educação de seus filhos no temor do Senhor. Ando sensível demais. Meu amor por meus familiares anda estranho. É um amor nervoso, cheio de medo, cheio de apreensões, cheio de esquisitices.

Estou tendo dificuldade de ler a Bíblia. Estou tendo dificuldade de orar. Atividades que sempre fiz com enorme prazer e proveito. A comunhão contigo, outrora fácil, está agora difícil. Aquela sensação de que Tu me abençoavas dia após dia praticamente acabou. Estou vivendo pela fé e não por emoções. Minhas certezas estão em queda. Todavia estou resistindo, estou clamando, estou esperando.

Ainda me resta um pouco de bom senso, que estou segurando com ambas as mãos para que não se perca. Com esse resto de bom senso, estou lidando com minhas culpas. Não tenho aceitado qualquer acusação que me venha à consciência. Aceito a acusação de que sou um homem nascido em pecado e de que carrego dentro de mim o estigma do pecado. Reconheço a pecaminosidade latente. Mas tenho conseguido, ó Deus, com o teu auxílio, rejeitar a acusação de todos aqueles pecados já confessados e perdoados. Qualquer comportamento duvidoso tenho colocado diante de ti para que me esclareças quanto ao certo e ao errado.

Ó Deus, perdoa-me por me encontrar desse jeito. Tenho vergonha de estar assim. No momento eu não sou eu. Sou outro. Sou um estranho até para mim mesmo. Sem dúvida, estou doente. Preciso de tratamento. Tem misericórdia de mim, Senhor! Cura-me totalmente desta depressão. Afasta para bem longe de mim este quadro doentio. Torna a dar-me alegria, estabilidade emocional, segurança pessoal. Livra-me desta dor apertada no peito, de quem está assustado e medroso. Aumenta as minhas certezas, as minhas velhas convicções. Aumenta a minha fé, a minha velha confiança em ti. Aumenta a minha esperança de cura e a minha esperança de novos céus e nova terra, onde não haverá tristeza nem dor, nem guerras, nem mortes. Socorre-me nesta hora, ó meu Senhor. Peço-te este livramento em nome de Jesus! Amém.



(Esta oração recorda a experiência pela qual passou o pastor Elben M. Lenz César, diretor da Editora Ultimato, no segundo semestre de 2001, pela primeira vez em 70 anos de vida. Depois de muita oração própria e alheia, e assistência médica, o autor saiu do estado depressivo que o acometera.)

A depressão é uma das experiências mais perturbadoras do ser humano

Quando se trata de depressão, deve-se evitar a palavra doença. É mais apropriado usar a expressão transtorno psíquico. Outra observação: quando a depressão se instala, apelos bem intencionados, conselhos na linha do pensamento positivo e exemplos desafiadores só contribuem para que o deprimido sinta-se ainda mais incapaz e desalentado. Essas e outras ponderações sobre depressão estão nesta entrevista com Uriel Heckert, doutor em psiquiatria pela Universidade de São Paulo, professor da mesma ciência na Universidade Federal de Juiz de Fora e presidente do Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos (CPPC).


Ultimato - O que é depressão?

Uriel - É um estado de sofrimento psíquico caracterizado fundamentalmente por rebaixamento do humor (isto é, do estado afetivo básico apresentado pela pessoa), acompanhado por diminuição significativa do interesse, prazer e energia. Normalmente, acrescem-se alterações do sono e apetite, retardo psicomotor, sensação de fadiga, falta de concentração, indecisão, diminuição da autoconfiança, pessimismo, idéias de culpa, desejo recorrente de morrer, entre outros sintomas. Depressão deve ser diferenciada de tristeza, que é uma experiência humana universal e esperada diante de experiências desfavoráveis, como o luto, por exemplo. O diagnóstico de depressão implica na correta avaliação das características e intensidade dos sintomas, bem como o tempo de evolução e suas repercussões.

Ultimato - Qual a diferença entre depressão e distimia?

Uriel - As duas formas reconhecidas de depressão são a depressão maior e a distimia. Na primeira, os sintomas são pronunciados, de instalação rápida, com quadro clínico mais expressivo e definido. Já na distimia os sintomas são mais discretos e nem sempre claramente percebidos, porém arrastam-se por tempo prolongado. Em ambas as formas há grande sofrimento emocional, com repercussões físicas, sociais e possíveis prejuízos em várias áreas da vida pessoal. Outra classificação distingue episódio depressivo e transtorno depressivo recorrente. Neste último, há tendência a recidivas, após períodos variáveis de remissão dos sintomas. Na verdade, o campo dos transtornos do humor recebe grandes investimentos em pesquisas, atualmente. Assim, é de se esperar que ocorram mudanças nas tipologias, visando maior precisão no diagnóstico e terapêutica.

Ultimato - A revista Saúde de outubro/2000 diz que 19% da população mundial sofre de depressão e a revista Veja de 1º de novembro/2000 diz que a distimia atinge 4% dos habitantes do planeta. O sr. confirma estes dados?

Uriel - A depressão é dos transtornos mentais mais freqüentes e está entre as principais preocupações da Organização Mundial da Saúde para a presente década. Estima-se que de 15% a 20% da população em geral apresenta depressão maior em algum período da vida. Acresce-se a isso o fato de que, sob algumas condições, as pessoas se mostram mais vulneráveis; por exemplo, quando enfermas, idosas ou quando experimentam situações de perda ou desamparo. A distimia tem prevalência ao longo da vida de 4 a 5%. Estes dados têm sido confirmados junto à população brasileira.

Ultimato - A depressão é mais comum no homem ou na mulher? Há uma faixa etária mais vulnerável?

Uriel - Ela é significativamente mais freqüente em mulheres do que em homens, na razão de dois para um. Em períodos como puerpério, menopausa e idade avançada, a depressão tem maior incidência. Adultos descasados apresentam-na numa proporção de duas vezes e meia maior que os casados.

Ultimato - A depressão é uma doença mental?

Uriel - Atualmente, evita-se a expressão doença mental, pois não se tem clareza total sobre os fatores que determinam os transtornos psíquicos. O termo doença tem sido reservado para aquelas poucas condições em que já se tem certeza de um mecanismo patológico, principalmente se ele é de natureza biológica (por exemplo, Doença de Alzheimer, em que há uma degeneração das estruturas cerebrais, constatável e mensurável). Assim, prefere-se falar em transtorno, sem comprometer-se com possíveis determinantes. No caso da depressão, a polêmica se estabelece com aqueles que insistem em considerá-la como uma mera disposição comportamental, uma deficiência de caráter, ou mesmo um problema de natureza espiritual. Todo o cuidado é necessário, é verdade, para não tomar como patológicas expressões diversas do comportamento humano. O campo da saúde mental não deve ser usado para escamotear responsabilidades sociais e morais. Muito menos pode ser instrumento para se desqualificar experiências inusitadas de contato com dimensões profundas da alma.

Ultimato - O que provoca a depressão?

Uriel - A noção que hoje predomina no campo da saúde mental é da multicausalidade. A predisposição genética parece importante, bem como alterações de funções cerebrais, principalmente no nível da neuroquímica. Por outro lado, a disposição psíquica individual pode favorecer que a depressão se desenvolva (padrões de pensamento pessimista e auto-acusatório, expressão reprimida de necessidades e vontade, níveis elevados de introversão e dependência, freqüente mau humor e irritabilidade, entre outros). Também as vivências de perdas, sejam elas reais ou simbólicas, predispõem sua instalação, bem como situações de privação e isolamento social. É preciso lembrar a chamada depressão secundária, resultante de enfermidades clínicas variadas e uso de alguns medicamentos.

Ultimato - A depressão pode ser prevenida?

Uriel - As pessoas que têm uma predisposição familiar e, ou aquelas com perfil de personalidade favorável ao desenvolvimento da depressão, podem ter alguns cuidados preventivos. Aqueles momentos da vida em que se mostra maior vulnerabilidade também devem merecer atenção. Esses podem estar relacionados ao ciclo da vida (puerpério, menopausa, velhice) ou a episódios desfavoráveis (mudança geográfica, aposentadoria, desemprego, separação conjugal, doença grave, cirurgia mutiladora, tragédias coletivas, entre outros). Ajuda psicológica pode ser muito útil em todas as circunstâncias acima. Além disso, hábitos de vida saudáveis são sempre recomendados. Sabe-se que exercícios físicos, principalmente ao ar livre, em contato com raios solares, estimulam a produção pelo organismo de neuro-hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar. Eles favorecem a manutenção do humor. O respeito aos ritmos biológicos é também indicado, principalmente o sono. Quanto às crenças e práticas religiosas, dados empíricos apontam que podem ter papel preventivo. Entretanto, não bastam meras formalidades e hábitos rotineiros. Importância tem sido dada à chamada religiosidade intrínseca, relacionada a convicções bem estabelecidas, que sejam doadoras de sentido à existência e tragam forte envolvimento pessoal. Mesmo uma fé assim nem sempre é suficiente para evitar que o cristão sofra de depressão. Em ocorrendo, contudo, há evidências que sustentam a expectativa de uma evolução mais favorável.

Ultimato - A depressão afeta o raciocínio e a vida religiosa do paciente?

Uriel - Todas as dimensões da vida individual e relacional são afetadas pela depressão. Estando o humor rebaixado, falta interesse, desaparece a curiosidade intelectual, reduz-se a capacidade de concentração, o raciocínio fica lento. Os conteúdos do pensamento assumem tom pessimista, dando espaço para idéias de recriminação e culpa extremamente penosas. Nos casos mais graves, idéias de morte estão sempre presentes e podem ser muito perturbadoras. A vida religiosa também é atingida. É comum que não haja disposição para as práticas habituais da oração, leitura da Bíblia, da mesma forma que não existe ânimo para o trabalho e outras formas de prazer. A tendência da pessoa é isolar-se no seu sofrimento, evitando contatos, visitas, idas a igreja ou qualquer outro lugar. É importante lembrar que, se a depressão está presente, apelos bem intencionados, conselhos de “pensamento positivo”, exemplos desafiadores só contribuem para que a pessoa sinta-se ainda mais incapaz e desalentada. A disposição afetiva, que se constitui no grande motor da vida, é a função psíquica primariamente afetada na depressão. Assim, tudo o mais torna-se desinteressante e a incapacidade para reagir pode ser extrema.

Ultimato - Qual a relação da depressão com o estresse?

Uriel - Estresse refere-se à condição do organismo que está submetido a uma pressão exagerada, acima das suas possibilidades saudáveis de adaptação. Diferentes enfermidades físicas e psíquicas podem surgir em decorrência de um estresse prolongado. A depressão é dessas conseqüências uma das mais comuns em nossos dias.

Ultimato - Diante de um caso de depressão, que providência deve ser tomada?

Uriel - Antes de qualquer iniciativa, é muito importante definir o diagnóstico. Pode ser que a pessoa apresente uma tristeza transitória, plenamente justificada diante de algum episódio da vida, como luto, perdas, enfermidades. Outra possibilidade é que a alteração do humor seja sintoma de alguma enfermidade física, como anemia, hipotireoidismo, doenças neurológicas, algumas infecções, uso de certos medicamentos. Mesmo nesses casos, uma depressão secundária pode se instalar, a ponto de merecer tratamento específico. Há ainda que diferençar de outros transtornos psíquicos cujos sintomas se confundem com os da depressão: transtornos alimentares, de personalidade, quadros ansiosos, psicoses, demências. Uma vez identificada a depressão como sendo o transtorno psíquico primário, cabe verificar se ela é unipolar ou bipolar. Nesse último caso, a depressão é uma das fases do chamado transtorno bipolar do humor, em que se alternam fases de exaltação psíquica. A rigor, todo profissional da saúde deve estar apto a distinguir as situações acima descritas e encaminhar as pessoas ao tratamento mais adequado.

Ultimato - Quem deve cuidar do deprimido: um neurologista, um psicólogo ou um psiquiatra?

Uriel - Em nossos dias, tem sido muito enfatizado o tratamento com medicamentos específicos, os chamados antidepressivos. Eles agem no nível das sinapses do sistema nervoso central, ativando a ação dos neurotransmissores (serotonina e noradrenalina, principalmente). Os resultados do uso dessas substâncias têm sido animadores. Entretanto, deve-se lembrar que a depressão é uma experiência vivencial profunda, das mais perturbadoras para o ser humano. Como tal, ela implica sempre numa reconsideração existencial, que leva a reavaliação de atividades, compromissos, relacionamentos, valores e crenças. Sabe-se mesmo que a sua superação está relacionada à elaboração do significado que a experiência passa a ter na história de vida pessoal. Assim sendo, é indispensável que se propicie espaços terapêuticos em que a expressão dos sentimentos seja valorizada e estimulada, com vistas à sua adequada integração. Vê-se, portanto, que há ações que podem ser providas por diferentes fontes que atuem, preferencialmente, de forma coordenada e convergente. Algumas competências são específicas dos profissionais da saúde, como o ato de diagnosticar, medicar, exercer a psicoterapia, orientar sobre atitudes e riscos. Outras medidas de suporte podem ser supridas por familiares e amigos habilidosos, especialmente aqueles que já passaram por experiência semelhante, bem como por pastores e conselheiros capacitados. Papel destacado pode ocupar a igreja, desde que seja uma comunidade de acolhimento e estímulo aos que sofrem e às suas famílias.

Depressão, como sair?

Jó 19:1-29 Quem não teve em algum momento em sua existência aqui nesta terra, algo chamado depressão. Quem não se viu na vida passando por momentos de extrema insatisfação de sua alma. Quem não se viu em algum dia envolto na mais tremenda angustia em seu espírito, pensando quem sabe na morte como melhor aliada, melhor solução. A Bíblia registra uma pessoa que viveu em sua época este drama, pois seus problemas avolumaram-se. Sua família, seus bens, sua saúde foram tiradas, e agora só, triste, mantinha a única coisa que o sustentava de pé, ou seja, a sua fé em seu Redentor, o Senhor nosso Deus. Depressão é um sentimento traiçoeiro, pessoal. É uma angustia que chega e se instala no coração.

Chega sem pedir licença; Às vezes sorrateiramente preenchendo a alma de temores infundados, que na verdade são como pontes que ligam o consciente ao inconsciente. A forma ou a intensidade como cada um de nós reagimos a esta invasão de nosso ser varia de pessoa para pessoa, de situação para situação. De fato a depressão tem a sua origem em vários fatores que o consciente ou o inconsciente tentam reagir e que com força esperam sucumbir-nos, tirando-nos principalmente o ânimo e a coragem de lutar pela vida. Neste dia, Deus coloca no meu coração esta palavra de ajuda a você que vive quem sabe esta síndrome dos últimos dias. Este círculo vicioso do estado da alma que faz com que a vida se torne tremendamente frustrante e que causa na mente, e no coração um impacto de sugestões que nos levam a ter uma auto-imagem cheia de tormento, cheia de temores. Às vezes procuramos através de medicamentos, através da medicina convencional, da ciência ou até da psicanálise e outros meios, na esperança de reverter este quadro crônico, este tumor imaginário que tem aos poucos tirado a vontade de viver. Quem sabe amigo, hoje você não vive, apenas vegeta, pois a sua mente já mandou sinais para o seu corpo, de que não vale a pena lutar. O problema tem aumentado. Existe uma crise interior, mais do que exterior ao seu redor e você não consegue reagir, tomar novas posições. Sair para o novo, sair da depressão.

Eu não sei qual a causa que tem te levado a desistir da vida, porque os problemas são diferentes de pessoa para pessoa, porém neste dia eu quero confiar que tenho a unção do Senhor, para ministrar à sua necessidade algo novo e assim fortalecer a sua vida. Quem sabe um milagre vai acontecer repentinamente. Um desbloqueio de mente em meio a tantos remédios que você tem através dos tempos tem tomado para depressão. Um fortalecimento do coração para entender a sua real situação e juntos acharmos soluções reais e Eternas em nosso Deus. Preste atenção amado(a). Quero ter a liberdade de fazer algumas declarações e sugestões para a sua vida, a fim de vermos resultados práticos, concretos.

I. A origem da depressão não está em Deus.

É muito importante você saber, e ter o conhecimento nesta oportunidade, que a depressão não tem a sua origem em Deus. Não é Ele quem coloca este sentimento em você. Jó em nosso texto base (Cap. 19) faz várias declarações que o levaram a pensar que Deus estava por trás da sua depressão. Ele diz entre outras coisas:
6 – “sabei, que Deus é que me oprimiu e com a sua rede me cercou”.
9 – “da minha honra me despojou, e tirou-me da cabeça a coroa”.
10- “ele me arrancou a esperança”...
11- “Faz inflamar contra mim a sua ira”.
13- “Pois longe de mim os meus irmãos”.
21 – “a mão do Senhor me atingiu”.

Veja bem quantas declarações tediosas Jó relata aos seus amigos, tentando achar soluções para a angustia que sentia. Tentava justificar-se a todo o instante, direcionando suas lamúrias ao vento sem fundamento. Quem sabe, você está fazendo a mesma coisa dia após dia. E este acúmulo de procedimentos tem se transformaram em declarações, e com isso tem feito você acreditar como sendo verdades. É como se fosse uma tortura diária, constante, trazendo-lhe inclusive reações físicas, como dor de cabeça, enjôos sem explicação, dores lombares, dores estomacais, ulcera nervosa, dores na coluna, etc. A primeira coisa importante que você deve tomar conhecimento, é que não procede de Deus nenhuma condenação, que trabalhando no seu consciente ou inconsciente coloque você no estado que você se encontra.

2. Você pode contar com a ajuda do Espírito Santo de Deus

A segunda informação importante que quero comunicar-lhe é que depende de você somente, o sair desta situação que se encontra. Isto porque Deus quer que você se posicione favorável à sua ação. Em outras palavras o que você tem, o que o está deprimindo é algo tremendamente espiritual e que precisa cura através do Espírito Santo de Deus. Deixa-me lhe dizer algo: “Na medida em que você reage favoravelmente a ação do Espírito Santo de Deus, todo o seu ser, ou seja: corpo, alma e espírito reagirá a seu favor a que um milagre aconteça na sua vida.. Isto mesmo. Milagres acontecem em nossos dias. O nosso Deus é o Deus do impossível. Ele é o doador da vida. Ele luta por aqueles que acreditam no seu mover restaurador. Ele quer fazer em sua vida uma espécie de cirurgia espiritual, ou seja, através do seu bisturi chamado Espírito Santo. Ele quer neste momento mesmo, em que você está lendo esta mensagem, eliminar este tumor chamado depressão crônica que tem neutralizado a sua fé, a sua credibilidade no Deus que continua a fazer grandes coisas em sua vida independentemente da sua percepção.

3. Você não está sozinho, Deus está do teu lado.

A terceira observação, que eu gostaria que você levasse bastante a sério neste dia, é o seguinte: “Preste atenção” O maior interessado do seu bem estar, no fortalecimento do seu ser. A pessoa que quer que você reaja favoravelmente e saia de vez desta angustia, desta depressão é o próprio Deus. Abra a sua mente e coração neste instante e receba mais esta informação valiosíssima, que com certeza poderá mudar a sua vida por completo. Deus o ama. Deus a ama. Deus o respeita, e o aceita tal como você é. Neste primeiro momento de entendimento, de aproximação da verdade que liberta, que redime, que perdoa. Deus não está interessado em nada a não ser o seu bem estar. A sua vida, Ele a tem por mais que preciosa.

Ele espera de sua parte que você o receba pela fé em seu coração. Deus o ama tanto que enviou Jesus, seu filho para morrer em seu lugar. Deus é vida, é amor, é paz, e segurança. Deus é eternidade, é a verdade que liberta qualquer tipo de depressão, qualquer doença. Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente o mesmo. Deus é onisciente, isto quer dizer que Nele está concentrado todo o conhecimento. Ele é o dono da ciência e conhece a sua necessidade. Ele sabe o seu nome, o seu endereço. Nada passa despercebido aos seus olhos. Deus é também onipresente, isto quer dizer que não existe espaço geográfico que o possa prender. Deus é Deus, portanto livre para estar em toda parte ao mesmo tempo, em todo lugar.

Ele é o principio e o fim. Isto quer dizer que Ele não está longe como muita gente pensa e sim bem perto. E Deus é também é onipotente ou seja: Ele tem todo o Poder. Ele tem o domínio de tudo e todos. Ninguém, em qualquer época passada, presente ou futuro tem condições de detê-lo em força. Ele soberano sobre todas as coisas, sobre todas as pessoas. O universo está em suas mãos. Amado(a) você não precisa mais viver debaixo do julgo da depressão. O nosso Redentor Vive. Ele se levantará sobre a terra ao nosso favor. Ao teu favor. Você tem condições de se encontrar com Ele. Na medida em que você ansiar pela sua presença, Ele com certeza se manifestará em Glória e desfará toda ação contrária do inimigo que tem assolado, que tem perturbado a sua mente. Crendo na pessoa de Jesus Cristo, o Filho do Deus Vivo, você pode a partir de agora ficar livre das depressões. Você agora está livre para agir com a sua mente e coração na direção daquele que deve ser tudo em sua vida, ou seja, o nosso Deus. Posicione-se hoje, agora e saia em nome de Jesus Cristo da depressão.

ORAÇÃO:
Você que está vivendo em depressão, eu vou pedir que ore comigo se possível em voz alta, crendo em sua libertação por meio de Jesus Cristo.
Ore assim:
"Meu Deus, eu não conheço este pastor que me trouxe a revelação da Palavra de Deus ao meu coração neste dia, porém eu creio que esta Palavra é a Palavra de Deus para este momento de minha vida. Eu a recebo em fé, pois a Bíblia diz em Hb 11:1,6 "Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem... De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam."

• Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem.

• Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam. Meu Deus, através da Pessoa de Jesus Cristo eu recebo agora a libertação para os meus traumas emocionais. Esta depressão que tem atordoado a minha mente, a minha vida, eu a rejeito no nome de Jesus Cristo. A partir de agora, de hoje em diante ela não mais estará no comando. De agora em diante quem dirige a minha vida é o Senhor Jesus Cristo, através do seu Espírito Santo. Lanço fora, portanto todo o medo, toda a angustia, toda a depressão, toda tristeza. Recebo o Senhor. Recebo o Seu amor. Recebo o Seu perdão e a Sua alegria em minha vida. Celebro a partir de agora a Vida.

Quero vivê-la com coragem, com vigor, com dinamismo, com unção, na presença daquele que me ama de verdade e que me aceita da foram que eu sou, o Senhor Jesus, autor e consumador da minha fé. Faço esta oração em nome de Jesus Cristo o meu Redentor que vive para o todo o sempre, Amém. Se você fez esta oração comigo, nos escreva contando o que Deus fez em sua vida. Estamos aqui para ajudá-lo (a). “Nunca se esqueça: Deus é sempre maior que os problemas que enfrentamos no dia a dia”. Deus o (a) abençoe, bem como toda a sua família. Em Cristo Jesus,

Pr. Nélson
www ministeriocomfamilias.com.br

DEPRESSÃO ESPIRITUAL

Muitos cristãos (e talvez até mesmo você que está lendo esse texto), já passaram por algum período de depressão. Refiro-me àqueles períodos em que você se sente profundamente triste, desanimado com tudo, com desejo de chorar o tempo todo e com vontade de ficar deitado na cama durante o dia inteiro. Há um texto no Salmo 42 que relata uma situação semelhante:


(Ao mestre de canto, Salmo didático dos filhos de Corá)
Como a corça anseia por águas correntes, a minha alma anseia por ti, ó Deus.
A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Quando poderei entrar para apresentar-me a Deus? Minhas lágrimas têm sido o meu alimento de dia e de noite, pois me perguntam o tempo todo: "Onde está o seu Deus?"
Quando me lembro destas coisas choro angustiado. Pois eu costumava ir com a multidão, conduzindo a procissão à casa de Deus, com cantos de alegria e de ação de graças entre a multidão que festejava.
Por que você está assim tão triste, ó minha alma? Por que está assim tão perturbada dentro de mim? Ponha a sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e o meu Deus .
A minha alma está profundamente triste; por isso de ti me lembro desde a terra do Jordão, das alturas do Hermom, desde o monte Mizar.
Abismo chama abismo ao rugir das tuas cachoeiras; todas as tuas ondas e vagalhões se abateram sobre mim.
Conceda-me o SENHOR o seu fiel amor de dia; de noite esteja comigo a sua canção. É a minha oração ao Deus que me dá vida.
Direi a Deus, minha Rocha: Por que te esqueceste de mim? Por que devo sair vagueando e pranteando, oprimido pelo inimigo?
Até os meus ossos sofrem agonia mortal quando os meus adversários zombam de mim, perguntando-me o tempo todo: "Onde está o seu Deus?"
Por que você está assim tão triste, ó minha alma? Por que está assim tão perturbada dentro de mim? Ponha a sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e o meu Deus.


1 – Esse homem era crente
A primeira pergunta que você pode estar fazendo é: “Será que essa pessoa cria em Deus? Será que ela era crente? Será que essa pessoa era temente a Deus?”. Imagino que essa pergunta seja feita, porque nos dias de hoje muita gente diz que o crente não pode passar por depressão. Há muita gente dizendo que, “se o crente é mais que vencedor”, ele não pode passar por períodos de tristeza; se ele possui relacionamento com Deus, ele não pode passar por isso. Essas pessoas dizem que “crente que é crente” está sempre feliz. Contudo, quando lemos esse salmo, encontramos uma situação diferente. A pessoa que o escreveu era crente. A primeira frase do salmo mostra que o salmista era um filho de Corá. Os coraítas eram da tribo de Levi, designados para estar no templo, cantando os louvores. Portanto, ele era comprometido com a obra. O seu trabalho, 24 horas por dia, sete dias por semana era adorar ao Senhor. Ele não era um pagão, que não estava nem aí para as coisas de Deus.

“Tudo bem”, você pode dizer, “Ele era envolvido com a obra. Mas, isso não diz nada sobre a vida dele com Deus. Há muita gente envolvida com a obra e que não quer nada com Deus. Há muito levita, pastor, missionário, líder de célula que tem uma vida afundada no pecado e não tem qualquer compromisso real”. De fato, esse é um bom questionamento. Nem todo mundo que está envolvido tem um compromisso genuíno com Deus. Entretanto, esse não é o caso do salmista. Ele não somente estava envolvido com a obra, mas também era profundamente comprometido com Deus. Se você ler o salmo, encontrará um homem temente. Em todo o tempo, ele fala e suspira por Deus. O desejo desse homem é se encontrar com o Senhor e estar em sua presença. Ele não está em busca de riquezas, prazeres, festas, imoralidade, viagens internacionais e ou de uma promoção. Ele está em busca de Deus. Ele diz nos vv 1-2: “Como a corça anseia por águas correntes, a minha alma anseia por ti, ó Deus. A minha alma tem sede (não de fes

Pr. Gustavo Bessa

Seis passos para vencer as grandes dificuldades da vida


Subida do Parque Estadual da Serra do Rola Moça
Pongelupe - Barreiro - Belo Horizonte/Mg.
João Cruzué

Primeiros ensinos cristãos

"Disse Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crer em mim,
ainda que esteja morto, viverá.” São João 11:25.

Cristão é aquele que crê e segue os mandamentos de Cristo; em qualquer situação que você estiver, se tiver a coragem de aceitar Jesus, com certeza o mesmo Jesus vai lhe ajudar a vencer as dificuldades – grandes e pequenas – da sua vida.

Foi o mesmo Jesus que também falou: “Vinde a mim, todos os que estão cansados e oprimidos e eu os aliviarei”.

O primeiro passo para uma vida vitoriosa é aceitar JESUS.

O segundo passo para ter uma vida vitoriosa é conhecer e entender a vontade de Deus para sua vida. Só existe um caminho para isto: ler a Bíblia sempre e fazer um curso bíblico adequado, para compreender os segredos bíblicos. Jesus disse: “A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida”.

O terceiro passo para uma vida vitoriosa é adquirir o hábito da oração nas suas várias formas: ação de graças, petição, intercessão, clamor etc., e também aprender sobre o jejum. Oração e Jejum são duas armas que, se usadas de acordo com a vontade de Deus, derrubam qualquer muralha.

O quarto passo é a conversão verdadeira. O abandono sincero das más companhias, dos maus hábitos, da idolatria, dos vícios, dos palavrões, da prática da mentira, da avareza, do egoísmo, de qualquer tipo de prostituição, da sodomia; pois, aquele que aceita Jesus de coração tem força necessária para se libertar das correntes do pecado.

O quinto passo é produzir frutos para Cristo na vida cotidiana: trabalhando, esforçando-se, perdoando ofensas novas e antigas – condição imposta para ser também perdoado. O lugar de produzir frutos é no trabalho, na escola, na profissão, na família, na Igreja, no comércio etc. O fruto a ser produzido é: a alegria, a paz interior, a humildade, a paciência, persistência, o coração perdoador, a capacidade de ouvir conselhos, temperança de comportamento (evitar os extremos ), o respeito as autoridades constituídas.

O sexto passo é buscar o batismo com o Espírito Santo verdadeiro. Ele é aquele que nos leva até Jesus, que nos aproxima de Deus, a voz que fala ao coração do cristão fiel. Um coração limpo e convertido é o templo do Espírito Santo. Ele não mora em um coração sujo. Quando Ele é convidado a entrar – a sujeira vai embora; e quando ela pouco a pouco está de volta, Ele também, na mesma proporção, vai se entristecendo, se apagando, vai saindo até o dia em que abandona definitivamente o ex-cristão.

O Espírito Santo é o guia, o conselheiro, a voz que dirige o cristão dentro da vontade do Senhor Jesus. Amizade íntima com o Espírito Santo é alegria, paz, poder para ganhar muitas almas perdidas, coragem para pregar a palavra de Deus, força para renúnciar as prática mundanas. Tudo com Ele – e nada sem Ele. Depois que Jesus subiu para o céu de glória, Ele foi enviado e está presente todo o dia conosco. A presença do Espírito Santo em nossa vida é a garantia de que quando Jesus voltar para buscar sua Igreja, estamos preparados e subiremos ao encontro dele.

Para andar um quilômetro, já foi um bom começo.

Salmo 25 - por que Deus permite a depressão?


Vale da Morte - Califórnia

"Faze-me saber os teus caminhos Senhor; ensina-me as tuas veredas.
Guia-me na tua verdade e ensina-me, pois tu és o Deus da minha salvação;
por ti estou esperando todo dia" Salmo 25: 4-5.

João Cruzué

Um fato é inegável. Nós cristãos não estamos livres da crise nem da depressão. Elas podem atingir a todos. Crentes e descrentes, sem distinções. Já tenho escrevido algumas vezes sobre isso, porque eu estive lá. Foram 11 longos anos de desemprego, onde o pão de cada dia para minha casa foi diminuindo, diminuindo, até quase secar. Apesar ser graduado, falar duas línguas, ter trabalhado com estrangeiros por mais de dez anos, quando a porta se fechou, alguém jogou a chave fora. Eu fiquei sozinho. Então, o conteúdo deste texto não vai ser técnico. Não vou dissertar sobre "n" passos para vencer a depressão. Vou dar meu testemunho de como passei por ela, e que lição tirei dessa experiência muito difícil, para compartilhar com você - que está lendo isso agora e precisa de uma palavra de Deus.

Sem rodeios. Deus permite que passemos alguns dias (ou anos) no vale da depressão porque tem um propósito especial em nossa vida. Para encontrar este caminho e conhecer este propósito nós temos um problema: nós mesmos. Somos por demais vaidosos. Nossa vontade costuma prevalecer sobre a vontade de Deus. Nossa oração é pouca. Nosso conforto, esplêndido. Nossos planos, humanos. Com tantos cuidados desta vida, perdemos o caminho da vontade de Deus - o SENHOR.

E de repente, eu comecei a enviar currículos. Eu fiquei desempregado em 31.07.1992. O ano de 1992 se passou e nada de uma porta de emprego aberta. Veio 1993, continuei enviando currículos. Sem nada à vista, apesar de ser contador graduado, profissional competente para fazer balanços em português e inglês, lá fui eu para o sítio. Fui plantar tomates. Preços ruins, 800 km longe de casa. Longe da família, uma senhora luta. Não deu prejuízos, ganhei o suficiente para alguns meses. Veio 1994; refiz e enviei outros currículos. Nada!

Em 1994. Se de um lado os ventos da luta financeira sopravam trazendo a secura do deserto, na vida espiritual as coisas não estavam no mesmo plano. Comecei a dirigir minha primeira congregação, cooperando com o saudoso pastor Luiz Vicente Branco. Foram 67 meses cuidando da congregação da Assembleia de Deus do Parque Santo Antonio. Sim, sessenta e sete, porque eu não sairia com "66". A Igreja não percebia tanto a luta que passávamos, pois os cultos eram muito bons. As festas de Círculo de Oração e de grupo de Crianças, maravilhosas.

Em 1995, meus pais nos emprestaram uma quantia para o início de um comércio. A recessão pós-Collor estava só começando e não sabíamos. Prejuízo de 30 mil reais. Nossa filha mais velha, estava em colégio particular. Tiramos. Nossos móveis de quarto, sala e cozinha, todos velhos, nós deixamos. Nossa linha de telefone fixo, que valia na época R$5.200,00, nós a vendemos para pagar dívidas. Nosso carrinho velho, um Chevette Hatch ano 80, sem licenciamento desde 1992. Bebia um litro de óleo por semana. Em 1996, durante cinco meses do ano não tínhamos como fazer compras no supermercado. Foi neste ano que, certo dia, voltei para casa com meio kilo de café. Eu orei, dei graças, e aprendi o valor das pequenas coisas.

Por algum tempo busquei ouvir uma palavra do Senhor para mim nas casas de três irmãs "profetas", como não havia resposta à vista, fiquei dependendo apenas das minhas orações e das orações dos mais íntimos. Quando o dinheiro falta, nós orávamos. Invariavelmente, minha mãe ou minha cunhada se comunicavam conosco. Deus falava com elas, e elas nos socorriam.

Em 1997, nós não tínhamos dinheiro para pagar as últimas prestações da nossa casa. Era o 15º ano. O último. O Bradesco contratara um escritório de cobrança e fizemos um acordo para pagar os atrasados. Não pudemos honrar o compromisso ajustado. Se não fora a ajuda de uma amiga de minha esposa, nossa casa tinha ido para Leilão. Já tínhamos recebido o aviso. Esta irmã, tirou seu dinheiro da poupança e nos entregou faltando um ou dois dias para o prazo fatal. Aqui, Deus cumpriu sua promessa que está escrita no salmo 23 - Senhor é meu Pastor, e as coisa básicas para a sobrevivência da minha casa Ele não deixará faltar.

A luta não diminuiu. O pão continuava escasso. Em agosto de 2000, eu precisei pedir licença ao Pastor Luiz para cuidar de assuntos familiares. Minha mãe estava precisando de cuidados, e minha família também. Não tínhamos nenhuma porta aberta e eu tive que me "virar". Enquanto atendia a minha mãe, me dediquei ao plantio de um hectare de mandiocas. Veio a seca e levou 1/3 do que havia nascido. Replantei e aguei por 45 dias. A chuva veio e com ela as ervas daninhas, mais altas que os pés de mandioca. Eu chorei. Mas em duas semanas tudo ficou limpo. Tempos de chuva, muito barro, e uma nuvem de mosquitinhos pólvora picando as duas orelhas. A seca e o mato ficaram para trás. O mandiocal cresceu tanto e era tão verde que parecia a "Floresta Amazônica." Meu pastor havia me dado um versículo, que dizia que Deus estava comigo. E estava. Vendi mandiocas por quase dois anos. Foram mais de 50 toneladas.

No começo de 2001, eu acabara de voltar da limpeza das ervas daninhas do mandiocal. Não preciso nem dizer que todo ano, eu continuava enviando currículos, fazendo alguns bicos como contador, com muito pouco resultado. Mas aí, eu entrei na reta final dos onze anos de muitas lutas e aflições financeiras. Ainda faltavam dois anos para os dias no vale terminarem. Não estava mais dirigindo congregação. Também não era mais preciso ficar olhando os pés de mandioca crescerem. Era ano novo e eu estava sozinho em casa. Em São Paulo. A família estava com meu sogro, em outro estado. E foi exatamente na primeira semana de janeiro de 2001 que eu recebi uma carta de um presidiário crente da Penitenciária I de Avaré.

Era o primeiro retorno em seis anos, de alguns folhetos que distribui para ser entregues aos presos dos três distritos policiais próximos de minha casa. Eu estava começando a acertar o caminho da vontade de Deus para mim.

Sim, eu estava deprimido. Desconheço alguém que fique desempregado por nove anos seguidos, que não esteja abalado em todas as áreas de sua vida. E estes abalos vêm principalmente da frustração de querer, mas não poder trazer o pão para dentro de casa. Não me esquecendo de mencionar as palavras ruins que nos momentos de grande angústia, nossos familiares e vizinhos valam. Você já foi chamado de lixo? Você já perdeu toda moral diante da família, por ser um imprestável? Você já foi para uma entrevista suando, tremendo e sabendo que vai ser mais uma portada na "cara"? Sim eu me especializei nestas coisas. Podem não ser as mesmas pelas quais você passa, mas elas produzem as mesmas feridas.

Embora todos me aconselhassem do contrário, o Espírito Santo me convenceu de uma maneira que eu comecei a ajuntar literatura evangélica usada. Depois eu as embalava em caixas de 13 ou 18 ou 23kg. E as mandava para os presídios onde conhecia os dirigentes das "igrejinhas" do cárcere. Todos tinham medo, mas o Espírito me disse no início: "Lança o teu pão sobre as águas, porque, depois de muitos dias o acharás." Eu mandava as caixas depois de cheias pelo correio, e pelo sistema de encomenda normal. Para conhecer os nomes de presos que lideravam os grupos que eram as Igrejas dentro dos presídios, eu escrevia cartas sociais. A primeira caixa com 13,600kg seguiu para a PI de Avaré com 150 revistas usadas de Escola Dominical e uns 16 Bíblias. Durante dois anos e meio eu continuei firme nesta missão. Eu orei e planejei descobrir o nome de presos dirigentes de congregações em 50 cárceres em dois anos. Fiquei a duas congregações desta meta. Foram mais de 500kg de revistas e bíblias para cerca de 30 penitenciárias diferentes, a maioria no Interior paulista. Escrevia muitas cartas de aconselhamentos. Quase tantas quantos foram os currículos que enviei.

Eu comecei no ministério de literatura para presos no mesmo período que explodiram as 29 rebeliões do PCC no Estado de São Paulo. Eu recebi minha primeira carta de preso em janeiro. Em 18 de fevereiro de 2001, as rebeliões vieram. A primeira caixa de literatura seguiu em março do mesmo ano. A assistência religiosa nos presídios do Interior paulista cessou por causa das rebeliões. Era muito arriscado. As autoridades fecharam as portas. E Deus me preparou para atender com literatura neste tempo.

Se eu estivesse na minha vida confortável e próspera dos anos 80, eu jamais teria coragem de recolher literatura para presos. Meu próprio pastor me avisou que aquele trabalho não iria me dar nenhuma projeção ministerial. Eu continuei, porque sentiu a alegria do Espírito em mim. E se não fora esta ocupação, o gelo que levei dos colegas de ministério depois que saí de licença da congregação que dirigia para atender minha mãe, minha fé não teria sobrevivido. Deus me ocupou nisso para dar alguma relevância para uma pessoa que se sentia exatamente um lixo.

Na Estrada de Itapecerica tem um CDD - Centro de Distribuição Domiciliar dos Correios. Ali, durante dois anos e meio eu postei centenas de cartas de aconselhamento e comunicação com presos crentes. Ao lado deste CDD tem o Hospital Municipal do Campo Limpo. E Deus olhou para mim, e quando eu estava indo para o terceiro ano de ministério com literatura usada para presos, Deus me abriu a porta para trabalhar como contador em regime de emergência. Depois veio o concurso e eu passei em primeiro lugar. Contador concursado. Fiquei ali até o início deste ano - 2009. Pertinho da minha casa. Ia a pé. Depois de seis anos naquele lugar, fui trabalhar no Centro. E a Prefeitura de São Paulo gostou do meu trabalho, e convidou-me (três vezes) para fazer parte do time de contadores da Secretaria de Finanças. Fui aprovado em três entrevistas. A última, com o próprio Secretário. E ele me deu a boas vindas à nova Casa.

E o que tem o Salmo 25 com tudo isto?

A partir do momento que eu percebi que o desemprego começou a ficar longo, eu invadi o meu coração. E procurei em todos os cantinhos onde estava o pecado que me impedia de orar e ser ouvido por Deus. E eu tomei a "vassoura" do concerto e comecei a varrer e a perguntar: Senhor onde está esse pecado, para que eu possa confessá-lo e me endireitar diante de Ti? Ele nunca me falou. Só muitos anos depois eu entendi o seu propósito. Foi a partir desses 11 anos de deserta que eu aprendi que o Senhor é o meu SENHOR. Ele manda em mim, e eu obedeço. Ele tinha um segredo para me dizer, mas eu não tinha tempo nem ouvidos. Mas um dia, nove anos depois, quando eu abri a primeira carta de um preso e vi que tinha o mesmo carimbo que eu havia perdido há seis anos, eu percebi que Deus estava falando comigo. E quando eu entendi o espaço de tempo que aquela carta representava, os pelos dos meus braços deram glória a Deus, meu coração se encolheu e eu ouvi uma voz dentro do meu espírito que dizia: "Lança o teu pão sobre as águas, porque, depois de muitos dias o acharás"

E por dois anos e meio eu lancei o pão. Fiz o que Deus queria que eu fizesse. E fiz com paixão. Quando eu chegava em alguma congregação ou na reunião dos obreiros, os crentes olhavam para o meu rosto e se lembravam das literaturas dos presos. Até hoje ainda me dão revistas para o cárcere.

O tempo de chorar terminou em 14 de julho de 2003. De lá para cá, nestes últimos seis anos, minha família e eu temos sido muito abençoados. A cada ano, as bênçãos aumentam. Mas eu não me alegro tanto por elas, mas por saber que a presença do Senhor está conosco. Que ele me mostrou um caminho mais excelente. Ele me corrigiu e mostrou que havia um serviço especial que era de minha responsabilidade fazê-lo. E como recordação me deixou mais de 500 cartas do cárcere.

Por que Deus permite a crise, a depressão ou um duro quebrantamento em nossa vida?

Eu entendi que ele queria que eu o chamasse de Pai. Que sua vontade era diferente da minha. Que para me mostrar o caminho era preciso 11 anos de desemprego e outros abalos. Que ele estava cuidando para que tivesse raízes mais profundas, para alicerce das grandes bênçãos e pelas outras maiores que Ele me dará. É no vale que se aprofundam as raízes. Hoje eu olho para aqueles anos e dou graças a Deus por eles. Eles não me aniquilaram, senão me tornaram mais humilde, servil, e apaixonado pelo serviço dele.

Não tomei nenhum calmante, nem qualquer medicamento para vencer a depressão. Usei uma receita que funcionou muito bem comigo e vai funcionar com você. Eu fazia longas caminhadas. Todo dia. E durante as caminhadas eu orava. O exercício físico resolve os problemas de ordem física. A oração vai até o trono da Graça de Deus. Do possível você cuida, e Deus cuida do impossível. Você somente vai conseguir arrancar a tristeza cotidiana com exercícios e oração. É no campo espiritual que você renova suas forças, quando fala com Deus, quando pede ajuda, quando chora nos ouvidos dele. Ele não vai interferir nem tirar você do deserto enquanto não for o tempo. A companhia dele você vai ter. Saiba disso, agradeça por isso, e se alegre pela resposta, pois cada dia no vale também significa menos um dia para a sua virada.

Não vá sair por aí ajuntando literatura para presos como eu ajuntei. Enquanto não ouvir a voz de Deus claramente em sua alma não arrisque em coisas incertas. Enquanto não souber o ministério especial que Deus, porventura, queira que você trabalhe, cuide normalmente de sua fé indo e participando das atividades da casa do Senhor onde você congrega.

Desejo, sinceramente, que seus dias no vale não sejam de forma alguma tão longos quanto o meu. E para terminar vou repetir: Quando Deus permite que um Cristão passe por períodos difíceis, com certeza é para que fique preparado para bênçãos maiores e ministérios maiores.

Quem diria que daquela atividade de escrever cartas para presos, Deus me ensinaria escrever um blog que hoje recebe mais de 1.000 leitores em média por dia? Pense nisto. Foi uma mudança e tanto.


"Qual é o homem que teme a Deus?
Ele o ensinará no caminho que deve escolher.
O segredo do Senhor é para os que o temem;
e Ele lhes fará saber o seu concerto."
Salmo 25: 12 e 14.

DEPRESSÃO - Como superar???


Como surge a depressão? Quais os sintomas? Você imagina que tem depressão? Se esse fantasma o assusta, a Voz da Profecia garante a você que é possível superá-lo.

A depressão se parece com uma sensação de desapontamento. Parece uma sombra, uma nuvem densa em cima da sua cabeça. Você se levanta cansado e tudo o que faz exige bastante esforço.

Tudo fica mais difícil. Aí você quase não sai, não aceita convites, prefere isolar-se cada vez mais.

Você tenta não entregar-se, procura combater esse gigante, mas volta a sentir um desânimo que suga toda a energia restante.

Parece que uma escuridão o cerca por todos os lados e você começa a descer ao poço sem fundo da depressão.

Os psicólogos afirmam que a depressão aflige a pessoa mais do que qualquer outra doença. E se houver alguma outra enfermidade, tal doença na presença da depressão galopa na direção errada.

A depressão nos ronda muito mais do que imaginamos. Especialmente nas cidades grandes. A selva de concreto se tornou tão cruel conosco, não só pelas ofensas, mas também por nos ignorar e depois nos agredir com o espectro do medo.

Esses dias fiquei surpreendido ao saber que 46% da população de São Paulo já teve algum tipo de atendimento psicológico. O fato mais perturbador segundo os profissionais é que os casos não tratados de depressão atingem números alarmantes.

A depressão pode estar ligada a alguma perda que tivemos. De um parente, a perda do namorado, da auto-estima, a perda de um emprego ou o medo de perdê-lo. Também pode estar ligada a uma reação de desapontamento, uma frustração grave e dolorida. Geralmente são ferimentos emocionais.

Comumente as pessoas estacionam em um clima negativo, descrito pelos especialistas como baixo astral. Elas conseguem viver, mas tudo ao redor fica sombrio e se sentem "pra baixo".

Às vezes foi um insulto, uma rejeição, uma injustiça sofrida, multiplicados pela tristeza e pela raiva.

A chave para a depressão está em nossa reação a ela, nossa atitude para com essas coisas ruins que cruzam nosso caminho.

A depressão se desenvolve no cérebro. Se quisermos atacar de frente a depressão, temos que eliminar hábitos errados de pensar. Isso não é fácil, mas através da graça de Deus se torna possível.

Foi exatamente isso que aconteceu com o apóstolo Paulo quando escreveu a carta aos Filipenses. Estava preso dentro de um calabouço romano, escuro e úmido. Com certeza era uma forte razão para um grande desapontamento e tristeza.

O ativo e incansável batalhador do Evangelho, estava agora confinado entre paredes geladas de pedra. Dali escreve uma carta de ânimo aos filhos na fé. Filipenses começa e termina invocando a graça divina sobre todos eles.

Paulo não deixou seus pensamentos afundarem na escuridão das circunstâncias. Não permitiu que a ansiedade, o ressentimento e a raiva o dominassem.

Paulo colocou sua situacão depressiva nas mãos de Deus. Ele apontou seu problema na direção do Céu e quando fez isso, começou a ver a luz iluminando a masmorra fria e insalubre. Ele viu que a graça de Deus podia fazer coisas positivas por ele. Que era capaz de reverter os seus problemas, mágoas e tristezas. E ainda conseguiu escrever estas palavras, que estão registradas em sua carta aos Filipenses:

"As coisas que me aconteceram contribuíram para o progresso do Evangelho". Filipenses 1:12.

"Dou graças ao meu Deus quando me lembro de vós." Filipenses 1:3

"Regozijai-vos sempre no Senhor. Outra vez digo, regozijai-vos." Fil. 4:4

"Posso todas as coisas naquele que me fortalece." Filip 4:13

"Esquecendo-me das coisas que para traz ficam, prossigo para o alvo." Filipenses 3:13 e 14

Na cela solitária poderia relembrar o passado e abominar o presente, mas resolveu acreditar no futuro. Decidiu ser alegre e agradecer.

Reverteu todo o quadro da depressão e mergulhou nas promessas divinas a ponto sentir-se feliz mesmo ali onde estava.

Conseguiu desfocar o problema pungente, para enaltecer as vitórias do Evangelho: "Com isto me regozijo, disse ele, sim, sempre me regozijarei." Filipenses 1:18

Como então podemos superar a depressão?

Além de procurar um médico, porque depressão é doença, a fé é um elemento fundamental no processo da cura da depressão e muitas vezes o fator decisivo. É preciso confiar em Deus e pensar positivamente.

Um cardiologista chamado para uma emergência, antes de sair indicou uma paciente aos seus assistentes dizendo: "esta moça é portadora de TS."

Como ela não sabia que TS era a sigla da sua doença, imaginou logo que TS era o código das palavras em inglês: Terminal State = estado terminal. Deprimida pensou que seus dias estavam contados e morreu em poucos dias na UTI do hospital.

O reverso também ocorre. Um senhor com o coração enfraquecido, estava em situação gravíssima. Normalmente o coração tem dois sons apenas. Mas este era um caso de falência do músculo cardíaco, e surgiu um terceiro som denominado "ritmo de galope", estágio terminal da doença. O cardiologista disse aos alunos: "agora vocês vão assistir a um bom galope." Mas o incrível aconteceu. O paciente em duas semanas recebeu alta completamente curado.

Ele havia entendido que o bom galope seria a reabilitação que ele teria. Imediatamente quando ouviu a expressão, a esperança estimulou sua mente e o processo de cura e restauração foi iniciado para a sua imensa alegria.

Amigo, mediante a confiança em Deus, você pode superar todos os seus problemas. Inclusive a depressão. E deixar aos cuidados divinos toda e qualquer dificuldade que esteja enfrentando. Deixe suas preocupações e fardos aos cuidados do Salvador Jesus, que disse: "Venham a Mim todos os cansados e oprimidos e Eu os aliviarei." Mateus 11:28

Se você acreditar em Jesus, começará em você o milagre da cura e da restauração.

Causas de depressão:
Circunstancias difíceis
Doença
Situação financeira indesejável
Desemprego
Baixa auto-estima
Cansaço
Falta de esperança
Relacionamentos desfeitos (por exemplo, divórcio)
Conflitos no emprego
Culpa e remorso
Ressentimento e amargura
Opressão do diabo, através de bruxaria, a droga ou comunicação com os mortos
Defeitos de personalidade
Preocupação
Medo do futuro
Uma vida rotina e falta de propósito
Mágoas
Auto-piedade
Desequilíbrio químico ou hormonal


Alguns passos para tomar:

1. O primeiro passo é entrar num relacionamento pessoal com Jesus Cristo e começar uma nova vida com Ele. Depois de ter experimentado o amor de Deus e a ajuda do Espírito Santo, é provável que a depressão se vá embora.

Como entregar a sua vida nas
mãos de Deus.




O primeiro passo é reconhecer que você precisa de Jesus, pois só Ele pode livrar-nos da ira de Deus resultante do nosso pecado e só Ele pode transformar-nos. A sua morte foi o castigo para o seu pecado para que você possa ser livre da punição de Deus. No entanto este dom grátis de perdão precisa ser aceite para valer. Por outras palavras Jesus tem um amor grande para perdoar, mas só aqueles que reconhecem que o precisam beneficiarão. Se você reconhece esta necessidade pode aproximar-se de Jesus Cristo em oração.

Pode falar com Ele assim:

"Ó Deus. É difícil falar contigo e como posso saber quem Tu és? É possível manter um relacionamento com um Deus tão grande, soberano e poderoso? Sinto um grande abismo entre mim e Ti, mas quero aproximar-me de Ti para Te conhecer.

Senhor, Jesus, sei que Tu és Deus verdadeiro e que me amas e queres ser o meu melhor amigo. Sei também que me conheces melhor do que conheço a mim mesmo. Senhor, Jesus, eu venho a Ti. Eu reconheço as minhas falhas e incapacidade de Te agradar. Por isso desejo depositar a minha confiança em Ti. Vem à minha vida, toma conta dela e dá-me um novo rumo e um novo sentido. Peço-Te para me perdoar e me limpar. Obrigado por ter morrido na cruz em meu lugar. Faz-me uma pessoa diferente, como Tu queres que eu seja.

Sei que não posso fazer nada, nem pagar nada, para merecer o teu perdão. O Teu perdão é um dom que só posso receber pela fé.

Eu creio que Tu me ouves e vais responder a esta oração. Ajuda-me entender aquilo que Tu tens para me dizer. Obrigado."

Amem.




Se acabou de orar esta oração com sinceridade, acredite que Deus está a responder. Também é importante compartilhar a sua nova fé com um amigo ou parente. A Bíblia diz: "Se com a sua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo." (Romanos 10.9)

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O que é que vai acontecer se eu não deixo que Jesus Cristo tome controle da minha vida?

Se não virarmos as costas para as coisas erradas nas nossas vidas, e pedir a Jesus para entrar, tomar controle e transformar-nos, o aviso de Deus é o seguinte:

"Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, que é a segunda morte." (Apocalipse 21.8)

Jesus quer que todos estejam com Ele nos céus, mas não pode deixar entrar os pecadores, porque Ele é santo. No entanto, as pessoas que têm sido perdoadas e limpas por Ele antes da morte, através de arrependimento e fé no sangue que Jesus derramou na cruz, podem entrar. Falando do céu em Apocalipse, a promessa de Deus é:

"Eu virei muito em breve e trarei comigo a recompensa para dar a cada um segundo as suas obras. ..............Felizes os que lavam os seus vestes no sangue do Cordeiro (Jesus), e que assim têm direito de comer o fruto da árvore da vida e de entrar pelas portas da cidade." (Apocalipse 22.12,14)

Também é lógico que as pessoas que não querem que Deus seja O Senhor das suas vidas agora, não vão querer estar com Ele nos céus para sempre! Os que não querem adorar a Deus por meio de Jesus, e por meio de Ele somente, aqui na terra não poderão passar a eternidade adorando-O no céu, antes passarão a eternidade no inferno.



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2. Reconheça a causa da depressão. Se achar que tem desequilíbrio químico ou hormonal (que acontece às vezes depois do parto ou durante a menopausa), fale com o seu medico.

3. Fale com Jesus sobre os seus problemas e deixe que Ele lhe fale no seu íntimo ou através da leitura da Bíblia.

4. Procure pessoas que conhecem a Jesus e peça-lhes para orar consigo.

5. Peça perdão às pessoas que você tem ofendido e perdoa as pessoas que têm causado mágoas na sua vida.

6. Ore assim: "Senhor Jesus, ajuda-me a mudar as coisas que eu posso mudar, e a aceitar as coisas que não posso mudar, e dá-me o entendimento para saber a diferença."